Loading

Estado Recuperou O Controlo Estratégico Da TAP

Direct News Source

05-Feb-2016 O Estado recuperou o controlo estratégico da TAP após a assinatura do memorando de entendimento entre o Estado e a Atlantic Gateway que decorreu em Lisboa. O Primeiro-Ministro afirmou que «era essencial garantir a perenidade da visão estratégica da empresa e do seu papel ao serviço de Portugal e da economia nacional».

"Já tive oportunidade de dizer que os aviões da TAP são as nossas caravelas de há 500 anos e, por isso, é preciso garantir que aquilo que era provisório a dez anos e a 30 anos seja perene", acrescentou António Costa.

As negociações entre o Governo e o consórcio Gateway sobre a TAP "não foram fáceis", mas resultaram "numa boa parceria", afirmou o Primeiro-Ministro, acrescentando que por terem sido difíceis "significa que na fase de negociações se enfrentaram e se resolveram os problemas" e "não há nada pior do que deixar problemas por resolver".

"É com muita satisfação que iremos ser sócios", disse também, ressalvando que o Estado não pretende intervir na gestão diária da empresa, que manterá o estatuto de empresa privada.

Respeito pelo investimento

António Costa sublinhou que "nunca houve um conflito entre este Governo e quem comprou a TAP no processo de privatização". "Houve uma discussão sobre opções políticas tomadas em Portugal, mas que são estranhas naturalmente aos privados que adquiriram a TAP, um assunto que está resolvido democraticamente". Esta questão foi resolvido com a garantia dos direitos dos acionistas privados e o cumprimento da lei.

O Primeiro-Ministro afirmou a sua confiança no futuro da empresa porque os sócios têm um "interesse comum", porque "o que é bom para a TAP é bom para o País". Os direitos dos compradores foram "foram garantidos", mostrando que "Portugal é um Estado de direito que respeita e procura o investimento direto estrangeiro".

Recorde-se que o Programa do Governo definia como objetivo o retorno da maioria do capital da transportadora aéra nacional à posse do Estado.

Acordo

O Governo de António Costa vai pagar 1,9 milhões de euros para o Estado ficar com 50% da TAP (em vez de 34%), resultado das negociações com o consórcio Gateway, que tinha 61% do capital da companhia e que agora fica com 45%, ficando 5% para aquisição pelos trabalhadores ou, se estes não o fizeram pela Gateway.

O Estado compromete-se a não deter uma participação superior a 50% na TAP, passando a nomear o presidente do conselho de administração da empresa, composto por 12 elementos - seis escolhidos pelo Estado e seis pelo consórcio privado. A comissão executiva terá três membros, nomeados pelos acionistas privados.

O empresário Humberto Pedrosa, que lidera o consórcio Gateway, afirmou que "boa vontade e diálogo permitiram o casamento". "De braço dado com o Governo, estou certo que há uma garantia de estabilidade para TAP e para os seus trabalhadores. O que importa é que está assegurada a gestão privada e o nosso plano estratégico e que este acordo irá contribuir para o fortalecimento da TAP", acrescentou.

Na cerimónia estiveram ainda presentes os Ministros que assinaram o acordo - das Finanças, Mário Centeno, e das Infraestruturas e Planeamento, Pedro Marques, que também conduziu a negociação.