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Associadas ABEAR encerram 2013 com 77,4 milhões de passageiros

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21-Jan-2014 Em cenário de continuidade na alta dos custos e instabilidade no câmbio, companhias seguem respondendo com disciplina de oferta e mantêm nível estável de evolução

As companhias aéreas integrantes da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) produziram 87,6 bilhões de RPKs no mercado aéreo doméstico nacional em 2013. O número representa uma alta de 6,5% em relação aos 82 bilhões de RPKs contabilizados pelo grupo ao longo de 2012. O crescimento é próximo daquele registrado no período anterior (2012 sobre 2011), na casa dos 7%, confirmando as avaliações de tendência à estabilidade do ritmo de evolução feitas pela associação ao longo do ano.

"Considerando as projeções do crescimento do PIB nacional para 2013, nossas associadas, a despeito da aceleração da alta dos custos do setor, realizaram um excelente trabalho", diz o presidente da ABEAR, Eduardo Sanovicz, em alusão à taxa histórica de expansão do setor de 2,5 vezes em relação ao ritmo de crescimento da economia do país. "Poderíamos ter ido ainda além, pois muitos dos temas da nossa pauta pública seguem em aberto", diz o executivo lembrando questões como a revisão da precificação do combustível de aviação e da alta carga tributária sobre a atividade, que dependem da intervenção do governo federal e estados. "Em aviação olhamos para o horizonte e fazemos planejamentos de longo prazo. Precisamos atacar os obstáculos ao desenvolvimento mantendo a democratização do acesso ao avião", conclui.

A oferta consolidada de transporte aéreo somou 115 bilhões de ASKs (assentos-quilômetros disponíveis) em 2013, alta de 2% e dentro da disciplina de oferta que pauta a estratégia das empresas desde 2011. Com isso o fator de aproveitamento subiu 3,2 pontos percentuais, atingindo 76,1% e mantendo a trajetória continuada de melhoria. Ao todo, foram 77,4 milhões de passageiros transportados em 2013.

"Esse foi mais um ano de comportamento típico para o setor aéreo nacional, com meses de janeiro, julho e dezembro apresentando um tráfego forte. O primeiro semestre foi um pouco mais fraco que o normal, mas o segundo semestre foi de recuperação", analisa o consultor-técnico da ABEAR, Adalberto Febeliano. "O crescimento da demanda com redução do número de passageiros está em linha com a estratégia de busca pelo aumento da rentabilidade. Indica é que as companhias, na definição das malhas e dentro do processo de ajuste de oferta, privilegiaram rotas de maior rentabilidade e com etapas maiores, fazendo com que o produto das distâncias percorridas pelo número de passageiros transportados seguisse em alta", explica Febeliano.

Em termos de participação de mercado ao longo do ano, a TAM figura como líder, respondendo por uma parcela de 40,16% do total. É seguida pela GOL, com 35,63%, pelo grupo AZUL/TRIP, com 17,01%, e pela AVIANCA, com 7,2%. Em relação a 2012, as duas líderes cederam algum terreno e AZUL/TRIP ganharam 1,7 ponto de participação, enquanto a AVIANCA avançou outro 1,53 ponto percentual.

Totais móveis/Projeções - A estatística de totais móveis, divulgada pela ABEAR desde setembro passado, traz os primeiros sinais de recuperação do mercado, apontando uma retomada do crescimento para o médio e longo prazo. No quadrimestre de setembro a dezembro a oferta acumulada em 12 meses evoluiu 0,86% (de 114,1 bilhões de ASKs entre outubro de 2012 e setembro de 2013 para 115 bilhões entre janeiro de 2013 e dezembro de 2013). A demanda acumulada nos mesmos períodos evoluiu 1,79% (de 86,1 bilhões de RPKs para 87,6 bilhões, no mesmo período). Essa evolução projeta variações anuais de 3,5% para a oferta e de 7,4% para a demanda, o segundo valor bem próximo das variações médias históricas do mercado.

Internacional - As duas associadas que operam no mercado internacional de passageiros também tiveram resultados positivos. A demanda se expandiu 5,3%, somando 27,7 bilhões de RPKs. A oferta foi ampliada mais fortemente, em 7,7%, atingindo 35,9 bilhões de ASKs. Com a oferta crescendo acima da demanda, o fator de aproveitamento médio caiu 1,73 ponto percentual, fechando 2013 em 77,3%. Já o número de passageiros pagantes transportados nesse segmento teve um forte recuo, caindo 18,8% para 4,6 milhões de pessoas. "No caso da redução do número de passageiros transportados no mercado internacional, a desvalorização do real promoveu uma alteração dos planos de viagem de muitas pessoas, encarecendo as despesas totais. O impacto do câmbio não fica limitado à passagem aérea, mas também aos custos de hospedagem, alimentação, passeios e compras, desestimulando as viagens ao exterior", pontua Febeliano.

Dezembro: expressivo crescimento nas comparações mensal e anual -Os embarques das festas de final de ano e das férias de verão garantiram o tradicional forte desempenho de dezembro. Em relação a novembro, houve evolução notável para todos os principais indicadores. A oferta consolidada no mês foi muito semelhante à registrada em julho (melhor dado de 2013), somando 10,3 bilhões de RPKs e 10,8% acima de novembro. A demanda chegou a 8,179 bilhões de RPKs, superou julho e passou a figurar como o melhor resultado mensal, situando-se 10,5% acima do mês anterior. A evolução da demanda um pouco abaixo da oferta reduziu o fator de aproveitamento em 0,23 ponto percentual, ficando em 79,1%. O total de passageiros pagantes transportados avançou 4,5% no período: foram 6,9 milhões de viajantes aéreos em dezembro. A TAM esteve à frente do mercado, com 38,1% de participação, seguida pela GOL, com 37,55%, AZUL/ TRIP, que somaram 17,2%, e pela AVIANCA com sua fatia de 7,2%.

Em relação a dezembro de 2012 houve expansão da oferta de 5,8% e da demanda de 7,7%, elevando o fator de aproveitamento em 1,4 ponto percentual. O número de passageiros embarcados também evoluiu: foram cerca de 600 mil passageiros a mais do que em dezembro de 2012, numa alta de 8,8%.

Realizações ABEAR - Em 2013, a atuação da ABEAR junto à esfera pública trouxe resultados significativos que contribuem para a competitividade das companhias do setor. Nessa pauta de negociações, um dos principais temas é a redução da tributação para o combustível de aviação (QAV), o que depende essencialmente de decisões de cada unidade da federação. Em Brasília, onde a alíquota do ICMS foi reduzida de 25% para 12%, os impactos positivos da medida foram percebidos diretamente no aumento do número de voos no aeroporto Juscelino Kubitschek. O que, por sua vez, reflete diretamente no crescimento do consumo do combustível, na arrecadação tributária do Distrito Federal e na movimentação da cadeia do turismo e de outros setores, como o comércio entre outros.

Outro ponto que merece destaque entre as iniciativas da ABEAR foi a coordenação e articulação com as companhias, autoridades aeroportuárias, agência reguladora e SAC para que a grande quantidade de obras necessárias nos aeroportos brasileiros gerasse o mínimo impacto possível nas operações das empresas aéreas regulares.