Loading

ABEAR: Agenda 2020 aponta caminhos para mercado do transporte aéreo brasileiro ultrapassar 200 milhõ

Direct News Source

21-Mar-2013 Agenda 2020 aponta caminhos para mercado do transporte aéreo brasileiro ultrapassar 200 milhões de passageiros

Meta corresponde a dobrar tamanho daquele que já é atualmente o 3º maior mercado doméstico mundial.

Um mercado com 211 milhões de passageiros, utilizando 976 aeronaves fazendo a ligação entre 169 aeroportos em todo no Brasil, percorrendo 795 diferentes rotas domésticas e gerando 1,9 milhão de empregos diretos e indiretos. Este é o cenário potencial da indústria do transporte aéreo nacional vislumbrado pela ABEAR - Associação Brasileira das Empresas Aéreas - para o ano de 2020. Os números fazem parte do estudo Aviação Brasileira - Agenda 2020, elaborado pela consultoria internacional Bain & Company, com análise da Coppe-UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro).

O estudo traça perspectivas realistas de desenvolvimento, tomando por base a trajetória recente de democratização do transporte aéreo, com redução de tarifas, crescente competitividade, melhoria gradual da infraestrutura, ampliação da produtividade e aprimoramento técnico e tecnológico. Para que tal patamar seja atingido, o documento identifica os principais obstáculos e dificuldades a serem superados, pelo poder público e pela iniciativa privada, fazendo recomendações quanto às medidas necessárias. Estabelece assim um plano de metas a ser perseguido pela ABEAR e por todo o setor nos próximos anos, pautando a atuação da entidade perante os diferentes atores do segmento.

"Vimos o número de passageiros no transporte aéreo praticamente triplicar entre 2002 e 2012. Essa foi uma conquista de todos os brasileiros. Podemos dobrar o volume atual até 2020, incluindo novos usuários, diversificando a malha, ampliando a circulação de mercadorias e pessoas, gerando mais negócios e empregos", afirma Eduardo Sanovicz, presidente da ABEAR. "Mas para isso, como esse estudo nos mostra claramente, precisamos resolver questões cruciais para o setor e que seguem em aberto, com as que se referem ao preço do combustível de aviação, que representa mais de 40% dos custos das empresas aéreas, e a aspectos regulatórios, além de realizar os investimentos necessários em infraestrutura", completa Sanovicz.

Quanto aos investimentos, a Agenda 2020 contempla tanto aqueles sob responsabilidade da iniciativa privada quanto do poder público. Em relação aos primeiros, dizem respeito especialmente à ampliação e renovação da frota - já uma das mais novas do mundo, com idade média de 6,7 anos. Dessa forma, até 526 aeronaves seriam adicionadas à frota atual de 450 aviões, envolvendo valores estimados entre R$ 26 e 36 bilhões para o período. A aplicação de recursos também deve incluir o aprimoramento dos canais de atendimento aos consumidores, o aumento da eficiência operacional (com consequente redução de custos, possibilitando tarifas ainda mais acessíveis) e o permanente monitoramento da segurança de voo.

Em contrapartida, para que o potencial previsto seja realizado, são esperados entre R$ 42 e 57 bilhões em investimentos públicos. Eles devem ser destinados principalmente à ampliação de 47 aeroportos, muitos com toda a capacidade ocupada ou saturada, além da construção ou reativação de outros 73, passando dos atuais 96 aeródromos em uso para um total de 169 em 2020. Aspectos como a modernização e extensão do sistema de controle de tráfego aéreo e desenvolvimento de novas rotas também merecerão atenção das autoridades.

Como resultado, se o objetivo traçado for alcançado, o setor deve adicionar R$ 146 bilhões ao produto interno bruto nacional ao longo dos sete próximos anos. Com isso, expandiria a participação no PIB do atual 1,7% para 2%. Atualmente a indústria do transporte aéreo ocupa diretamente 179 mil pessoas, além mais de um milhão de outros trabalhadores de forma indireta, por indução ou pelo efeito produzido no turismo. Esse quadro teria a adição de 660 mil novos empregos, sendo 100 mil exclusivamente nas empresas aéreas.